domingo, 21 de outubro de 2012

Vertigem de ser e de ter

Escolher consciente, responsável e livremente entre esta dupla vertigem de ser e ter da pessoa humana configura também o seu poder mágico de conhecer, aprender, amar, estar com os outros. O problema é que a escolha do ser implica o ter e este não pode subsistir sem aquele. É nesta dialética dialógica da aliança que o poder de conhecer, aprender, querer, amar se institui não apenas como uma dimensão transversal do humano mas também como uma verdadeira magia que nunca será demais sublinhar. É no justo equilíbrio dessa vertigem de ser e de ter que o ser humano acontece e procura tornar-se mais humano. Mas será isto percebido e compreendido, hoje, pelos principais actores da sociedade e, designadamente, por aqueles que têm um papel mais activo, os políticos, os educadores, os filósofos, os cientistas. os artístas, etc. ? Não parece muito clara esta opção mas nem por isso deixa de ser necessário assumí-la de uma maneira frontal e determinada por aqueles que têm por missão educar as gerações mais jovens para uma cidadania consciente, responsável e livre. Sem esta atitude todos os demais conteúdos de formação científicos, artísticos, tecnológicos, axiológico, culturais, por mais conseguidos e articulados que sejam, se não forem convergentes com esse pressuposto acabarão por ser construções sobre terra movediça e sem futuro. Por isso nunca será demais insistir nesta ideia não só junto das gerações mais jovens mas também junto de todos aqueles que, de um modo ou de outro, se cruzam conosco. É este também aquele poder mágico de conhecer e aprender em que vimos insistindo e prometemos continuar a fazê-lo como algo que deverá estar sempre presente na acção humana que deverá ser uma acção criativa, demiúrgica, simples, transparente, séria, autêntica.

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