quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Legislativas 2024 e a comunicação dos grandes órgãos de informação


José Tavares


 Julgo que o País está cansado de ouvir os jornalistas e comentadores dizer que não há alternativas democráticas, que vem aí, no pós eleições, a instabilidade e, de certa forma, desorientam e contagiam os eleitores mais incautos e dependentes, em vez de os ajudar a exercer o voto o mais livre, consciente e bem informado possível. Isto é aquilo que, aos meus olhos, não deveria de modo algum acontecer porque é tudo menos democrático. Quando os políticos não se entendem ou não cumprem os mandatos e as missões para que foram eleitos ou nomeados pelos respetivos órgãos de poder e é devolvida a palavra ao povo soberano é este que através do voto livremente expresso deverá dizer a aquém deve ser entregue o poder a seguir. O que é preciso é seguir o veredicto do povo e não as conveniências e os interesses dos partidos políticos e de outras forças sociais com mais ou menos a ressonância da informação e da comunicação social nem sempre muito isenta e objetiva.  

Se queremos que isso não aconteça e haja uma verdadeira alternativa democrática e melhor para o País e para os Portugueses após mais estas eleições, julgo que o comportamento dos políticos,  dos jornalistas, comentadores e outros fazedores de opinião da informação e da comunicação social, terão de alterar profundamente os seus comportamentos e procurar ser muito mais isentos e objetivos. Não é com mais eleições que o País sairá da cepa torta, mas com melhores eleições, mais esclarecidas e isentas  que possibilitem ao País melhores Órgãos de Soberania e que os seus representantes, governantes e outros atores sociais sejam mais competentes,  rigorosos, sérios e honestos.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Europa e a Nato

A tensão existente entre a Rússia e Ucrânia poderá ser o tempo para começar a repensar a Europa e a Nato. Talvez, este pacto, no fundo, já não se apresente como um potencial de paz, mas antes de discórdia e de guerra. Os Estados Unidos cada vez menos precisam da Europa e a Europa não poderá continuar a estar dependente dos Estados Unidos. Por outro lado, a Europa terá de afirmar-se no mundo através de um melhor entendimento com a Rússia. Por isso a crise existente entre a Rússia e Ucrânia poderia ser o início desse tempo para começar a rever, a sério, a relação entre a Europa e a Nato e repensar o futuro da nova Europa. Não sei se os atuais protagonistas políticos terão capacidade e visão para fazer esse debate que mexe com estruturas complexas e extremamente pesadas. Aos meus olhos, hoje, a Nato e outras organizações militares semelhantes já não são as que melhor garantem a paz entre os povos. São precisos outros modelos de desenvolvimento e convivência sobre novos fundamentos que o progresso científico e tecnológico possibilita e ponham a riqueza disponível do mundo, de uma forma mais justa e equitativa, ao alcance de todos. Acho que é por aí que o diálogo e o debate entre todas partes, deveriam prosseguir de uma forma séria, genuína e leal. Será ainda cedo demais?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

A maioria absoluta que Marcelo ofereceu a Costa e que não desejava

 Aos meus olhos, o Presidente Marcelo ao dissolver o Parlamento queria continuar com Costa mas sem maioria absoluta. O que aconteceu depois foi a vitimização de Costa contra os seus parceiros de geringonça, o acenar com os fantasmas da vinda da direita do Chega que Rio não queria estancar, os cordões sanitários do CDS e a IL em relação ao Chega que impediam a expansão do PSD para a direita e extrema direita e a ausência de cordões sanitários do PS em relação à esquerda e extrema esquerda. Acho que foram estes os ingredientes que encontraram eco num eleitorado adormecido pelo regime e dependente de reformas e subsídios de subsistência que não queria arriscar. Este é um estado de coisas que tende a manter-se e que interessa sobretudo ao PS. A mudança terá que ser preparada por uma coligação à direita sem cordões sanitários com base num programa dinamizador, realista, consistente e bem fundamentado construído em diálogo frontal, leal e aberto a todas as forças políticas à direita do PS. Mas não poderá haver meias tintas nem manipulações de nenhum partido, nem do PSD que, neste momento, é de longe a força mais representativa. Nas eleições de 30/01/2022, acho que esteve eminente uma viragem no eleitorado mas Rui Rio tinha ficado manietado pela sua própria campanha interna para a reeleição e pelas orientações do Congresso. Costa aproveitou-se disso forçando-o a manter cordões sanitários à direita e extrema direita enquanto para si deixou o terreno completamente livre à esquerda e extrema esquerda. Sem um estudo e reflexão profundos do que aconteceu não valerá a pena mudar de líderes nem desenvolver estratégias desgarradas de oposição a um PS com maioria absoluta que se não fizer muitas ondas não precisará de ninguém nem mesmo do Presidente da República durante os próximos 4 anos. O país é que irá seguramente continuar adiado para melhores dias e com outros protagonistas. Oxalá, não seja de demasiado tarde para os Portugueses porque para os Deuses é sempre demasiado cedo.     

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Viver a viagem sem perder o destino

É ser sábio, humano, solidário, responsável, livre, sereno, feliz.

Que o Menino de Belém, Jesus, abençoe e ilumine todos os homens do planeta na procura da verdade e da justiça para o equilíbrio, o bem e a felicidade de tudo o que é, vive, sente, conhece e ama no universo.

Um Feliz e Santo Natal!

sábado, 4 de dezembro de 2021

Os filhos da "i-nuvem" e a nova cultura cidadã

Os livros, as bibliotecas, as revistas, os jornais, o cinema, os jogos, a cultura, a vida, está cada vez mais a transferir-se para a "i-cloud", a "i-nuvem". As novas gerações e a nova cultura cidadã está a passar para a nuvem informática e a gerar os "filhos da nuvem". Na verdade, muitos dos comportamentos das novas gerações revelam o que poderíamos chamar filhos da "i-nuvem". Antes quando viajávamos e observávamos comportamentos de povos e civilizações, sobretudo, mais avançados facilmente constatávamos que aproveitavam todos os momentos livres para ler. O livro, a revista, o jornal era uma companhia ou mesmo uma distração muito comum. Hoje, tudo está a mudar e passar para a "nuvem" porque os conhecimentos, a vida, a experiência, as amizades, as distrações, a cultura está  já na "i-nuvem" e apenas é necessário um computador, um smartphone ou um ipad para ter acesso. Por isso, as novas gerações já vivem e cada vez mais viverão na nuvem da informação e da comunicação e terão que ser preparadas para isso, o que implica uma nova educação, uma nova cultura e uma nova maneira de estar na sociedade emergente.

A pressa e a urgência do tempo

Na pressa em que o mundo e a vida se precipitam vertiginosamente tudo tem pressa e tudo pode esperar porque ainda há tempo. Na urgência a pressa não pode esperar porque já há pouco tempo. A pressa e a urgência assumem sentidos diferentes nas diferentes etapas da vida e em diferentes contextos sociais e culturais. Hoje, parece confundir-se as duas coisas e as pessoas comportam-se como "baratas tontas" no meio de um frenesim que acaba por chegar quase sempre atrasado e que produz os mais variados desequilíbrios nos comportamentos que, por vezes, originam depressões ou mesmo situações de verdadeira angústia mais ou menos profunda e problemática para a saúde.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Geometria variável entre as direitas e as esquerdas

O desengonçar da "geringonça" conduziu a eleições legislativas, em Portugal, em 30/01/2022. Os dados estão novamente laçados às esquerdas e às direitas. As opiniões inclinam-se para um cenário em que tudo ficará na mesma. Pessoalmente, discordo. Acho que não haverá maiorias absolutas e teremos que nos ir habituando a uma maioria de geometria variável à direita ou à esquerda. Neste momento, aos meus olhos, as duas alternativas são possíveis mas haverá transferência de votos entre os dois lados individual e partidária e as fronteiras entre ambos serão diferentes e haverá menos linhas vermelhas na constituição de coligações ou arranjos pré e pós-eleitorais. O que seria desejável era que a comunicação social fosse mais isenta e menos enviesada e houvesse mais honestidade intelectual e bom senso entre os diferentes contendores.