segunda-feira, 22 de julho de 2013

Conhecimento novo ou mais informação?

Embora não possamos negar que estamos a assistir ao acontecer de um novo conhecimento, de formas inovadoras de ver o mundo das coisas, das pessoas, da vida e o novo sentido das relações que se estabelecem, teremos de convir que uma boa parte dessa inovação deverá situar-se, sobretudo, ao nível da informação em que a qualidade nem sempre é a melhor. Há, por certo, mais e melhor informação, não obstante a dificuldade de a gerir criticamente e a transformar em verdadeiro conhecimento mais aprofundado e, porventura, mais original, novo, melhor. Este novo conhecimento, hoje, manisfesta-se, sobretudo, no domínio e transformação da realidade através da criação artística, invenção científica e utilização de novas tecnologias que nos permitem chegar mais longe e mais fundo no conhecimento da realidade em que habitamos e nos habita estreita e inefavelmente. Mistério é o seu nome que o poder mágico de conhecer e aprender que o ser humano detem procura trazer à presença na linguagem que é nossa pátria, nossa morada. É a esta luz que o homem adquire toda a sua dignidade e se mostra na sua própria identidade que lhe permite ser e agir para se tornar cada vez mais humano. Nunca será demais chamar a atenção para esta realidade do homem que constitui a razão de ser da sua ação e comportamento no modo de ser e de estar consigo e com os outros.
Quando nos referimos ao seu poder mágico de conhecer e aprender, que possibilita a sua capacidade de sentir, querer e amar, é esta dimensão que pretendemos destacar em especial. Ela constitui também a sua motivação interna e externa que não poderá estar jamais ausente da sua ação humana seja qualquer for o objecto, o acontecimento ou a relação sobre que incida.  É este conhecimento e esta experenciação que é preciso inculcar em todos aqueles que procuram verdadeiramente conhecer e aprender assimilando, acomodando, equilibrando toda a informação através de uma gestão rigorosa, séria, crítica, honesta, no sentido de a adaptar à realidade das novas situações a fim de as resolver e ultrapassar com o maior sucesso possível. É nesta dinâmica e dialéctica dialógica que deverá desenvolver-se todo e qualquer processo de docência, de pesquisa, de aprendizagem, de formação, educação e socialização. A responsabilidade e a maturidade cidadãs não poderão acontecer sem estes pressupostos que constituem como que a condição sine qua non para a sua efectivação. Uma concepção assim configurada deverá desencadear uma acção transformadora nas atitudes, nos comportamentos dos sujeitos e servir de motivação de motivação interna e externa em todos os processos de aprendizagem e de pesquisa que conduzam a uma verdadeira cidadania esclarecida, responsável e livre.  Se assim acontecer, estou certo que o poder mágico de conhecer e aprender em que, de algum tempo a esta parte, vimos insistindo, assumirá toda a sua força e significação e será uma verdadeiro motor de mudança e transformação da acção no sentido da sua realização e otimização. Penso que é justamente aí que está o segredo e a possibilidade do novo conhecimento e da nova acção e transformação que se desejam e esperam. É esta gestão da vasta e variada informação de que dispomos nos nossos dias que nos possibilitará o novo conhecimento e a nova acção num futuro que é já presente e se acumula no passado como energia, força e inspiração contínua e permanente.