quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dialética sem síntese ou conclusão

É comum, designadamente, em debates entre forças políticas ficar apenas nas teses e antíteses sem nunca chegar a verdadeiras sínteses que possam gerar compromissos e mobilizar para uma ação conjunta e convergente em relação a um determinado objetivo ou missão a atingir. Numa linguagem mais chã é o que normalmente se denomina diálogo de surdos. Na verdade, todos falam mas ninguém ouve ou pior finge que não ouve nem quer ouvir. Por isso, muitos dos debates que a comunicação social promove ou estão condenados à partida pela natureza dos próprios convites cujos interlocutores não têm qualquer liberdade de sair das suas cassetes ou resultam em conversa fiada ou simples perda de tempo. O esclarecimento e a reflexão que daí advêm são praticamente nulos. Diante deste panorama que é possível observar fácil e notoriamente todos os dias, perguntaríamos o que é que falha, de facto? Será um deficiência de educação, de conhecimento, de liberdade, de cidadania? Será desleixo ou má vontade? Será falta de capacidade mental? Será deformação política ou fingimento? Será simplesmente falta de conhecimento e de ética? Julgo que é um pouco tudo isso e seria necessário mudar rapidamente as concepções e as atitudes para poder abordar os assuntos, quaisquer que eles sejam, e resolver os problemas mais ou menos complicados que se apresentam como gente normal e sensata. Será que isto não é importante e urgente? Só é preciso, diria eu, ativar aquele poder mágico de conhecer e aprender e, consequentemente, de ser, de amar e de estar com os outros em cada ser humano  e de abrir-se constantemente a essa grande aventura de tornar-se mais humano. É a esta síntese ou a conclusão a que dialética viva e dialógica entre as teses e respectivas antíteses sobre os mais variados assuntos e situações deveria chegar.