terça-feira, 6 de agosto de 2013

As instituições de formação e pesquisa do futuro

É significativa, a este propósito, a intervenção do Presidente da Universidade de Washington, Michael K. Young, na sua alocução à comunidade universitária, em 18 de outubro de 2012, ao chamar a atenção para o facto de que a educação, a formação do cidadão enfrentam, nos nossos dias, profundas e fortes  pressões que envolvem ou obrigam a novas formas de adaptação a um  novo paradigma, que enuncia aswim:  “The university of tomorrow is moving toward a new paradigm — certainly one with greater efficiency, but also one where innovation and technology combine with hands-on, collaborative learning to give our students an enhanced experience. Tomorrow’s university also exists in a world that is getting smaller and more hyper-connected. That means the great societal challenges we face require equally connected, integrative solutions.” 
Neste novo paradigma, de uma universidade mais pequena e mais hiperconectada,  a mobilidade, as redes de ligações, a abertura, a inteligência colectiva e os mundos virtuais apontam para novas e metatendências que irão configurar, no futuro, a formação, a pesquisa e os processos de conhecer e aprender.  Essas metatendências começam a identificar-se em torno dos pressupostos que começam a fazer parte de um certo património comum cujas principais linhas se constelam em torno de ideias que num sentido mais global e abrangente aqui relembramos em língua inglesa, a saber:

1. The world of work is increasingly global and increasingly collaborative.
2. People expect to work, learn, socialize, and play whenever and wherever they want to.
3. The internet is becoming a global mobile network--and already is at its edges.
4. The technologies we use are increasingly cloud-based and delivered over utility networks, facilitating the rapid growth of online videos and rich media.
5. Openness--concepts like open content, open data, and open resources, along with notions of transparency and easy access to data and information--is moving from a trend to a value for much of the world.
6. Legal notions of ownership and privacy lag behind the practices common in society.
7. Real challenges of access, efficiency, and scale are redefining what we mean by quality and success.
8. The internet is constantly challenging us to rethink learning and education, while refining our notion of literacy.
9. There is a rise in informal learning as individual needs are redefining schools, universities, and training.
10. Business models across the education ecosystem are changing.
Excerpts of the 10 top metatrends identified in A Communiqué from the Horizon Project Retreat, January 2012, an NMC Horizon Projectpublication under Creative Commons attribution license.

No fim de contas, porque é que tudo isto é importante? As  respostas a esta questão começam também a emergir com mais frequência e em espaços virtuais cada vez mais  abertos, virtuais, do domínio público, a saber:


Universities have long been able to adapt to their external environments without having to change their basic structures and ways of working. The shifts they now face are challenging the very idea of a university that has allowed these institutions to sustain themselves over hundreds of years.  Major changes will be needed across all areas, including:
  • ramping up technological infrastructure to be able to meet the expectations of the next generation of students,
  • accelerating the shift from academic driven learning to personalised and more flexible forms of learning - not a new concept but one that is becoming a reality among new providers and which money aware/ cost conscious students increasingly expect,
  • building new staff skills and capacities to enable radical innovation,
  • maintaining an even stronger focus on what really matters for the future,
  • designing new organisational structures that remove the silos that now keep people and knowledge apart in universities,
and most importantly,

  • creating new roles for academic staff to ensure they stay at the centre of the whatever new ways of learning eventually emerge from this transition.

Neste novo contexto, as instituições gigantescas, com grandes campi e edifícios de grandes dimensões cuja manutenção nos tempos de hoje se torna insustentável ou absorve uma boa parte dos recursos disponíveis, irão ser rapidamente substituídos por estruturas mais pequenas, leves e dinâmicas mas fortemente equipadas e hiperconectadas com base nas tecnologias mais avançadas que a investigação científica coloca a disposição do ser humano a velocidades estonteantes.
Os estudantes, os professores e outros agentes dessas instituições poderão realizar grande parte da sua actividade nas suas próprias casas mas uma boa parte que actualmente são gastos com a manutenção dos seus campi poderão ser dirigidos para apoio da atividade à distância do seu staff, dos estudantes e serviços administrativos e técnicos. A cara e a dinâmica da instituições universitárias do futuro irão certamente ser muito diferentes. 

É a esta luz, que as grandes transformações e a mudança das instituições do ensino superior estão já, aos meus olhos, a acontecer não apenas na sua estrutura física mas também na sua organização e gestão que uma nova concepção científica, pedagógica, curricular, tecnológica, social e cultural está a exigir.  Tudo isto vem demonstrar força e a importância desse poder mágico de conhecer e aprender com que o ser humano nos surpreende constantemente. É nesta direcção, que a nossa atenção e questionamento deverão continuar estar vigilantes, perspicazes e, sobretudo, procurar ser inteligentes, criativos, razoáveis e livres.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

Conhecimento novo ou mais informação?

Embora não possamos negar que estamos a assistir ao acontecer de um novo conhecimento, de formas inovadoras de ver o mundo das coisas, das pessoas, da vida e o novo sentido das relações que se estabelecem, teremos de convir que uma boa parte dessa inovação deverá situar-se, sobretudo, ao nível da informação em que a qualidade nem sempre é a melhor. Há, por certo, mais e melhor informação, não obstante a dificuldade de a gerir criticamente e a transformar em verdadeiro conhecimento mais aprofundado e, porventura, mais original, novo, melhor. Este novo conhecimento, hoje, manisfesta-se, sobretudo, no domínio e transformação da realidade através da criação artística, invenção científica e utilização de novas tecnologias que nos permitem chegar mais longe e mais fundo no conhecimento da realidade em que habitamos e nos habita estreita e inefavelmente. Mistério é o seu nome que o poder mágico de conhecer e aprender que o ser humano detem procura trazer à presença na linguagem que é nossa pátria, nossa morada. É a esta luz que o homem adquire toda a sua dignidade e se mostra na sua própria identidade que lhe permite ser e agir para se tornar cada vez mais humano. Nunca será demais chamar a atenção para esta realidade do homem que constitui a razão de ser da sua ação e comportamento no modo de ser e de estar consigo e com os outros.
Quando nos referimos ao seu poder mágico de conhecer e aprender, que possibilita a sua capacidade de sentir, querer e amar, é esta dimensão que pretendemos destacar em especial. Ela constitui também a sua motivação interna e externa que não poderá estar jamais ausente da sua ação humana seja qualquer for o objecto, o acontecimento ou a relação sobre que incida.  É este conhecimento e esta experenciação que é preciso inculcar em todos aqueles que procuram verdadeiramente conhecer e aprender assimilando, acomodando, equilibrando toda a informação através de uma gestão rigorosa, séria, crítica, honesta, no sentido de a adaptar à realidade das novas situações a fim de as resolver e ultrapassar com o maior sucesso possível. É nesta dinâmica e dialéctica dialógica que deverá desenvolver-se todo e qualquer processo de docência, de pesquisa, de aprendizagem, de formação, educação e socialização. A responsabilidade e a maturidade cidadãs não poderão acontecer sem estes pressupostos que constituem como que a condição sine qua non para a sua efectivação. Uma concepção assim configurada deverá desencadear uma acção transformadora nas atitudes, nos comportamentos dos sujeitos e servir de motivação de motivação interna e externa em todos os processos de aprendizagem e de pesquisa que conduzam a uma verdadeira cidadania esclarecida, responsável e livre.  Se assim acontecer, estou certo que o poder mágico de conhecer e aprender em que, de algum tempo a esta parte, vimos insistindo, assumirá toda a sua força e significação e será uma verdadeiro motor de mudança e transformação da acção no sentido da sua realização e otimização. Penso que é justamente aí que está o segredo e a possibilidade do novo conhecimento e da nova acção e transformação que se desejam e esperam. É esta gestão da vasta e variada informação de que dispomos nos nossos dias que nos possibilitará o novo conhecimento e a nova acção num futuro que é já presente e se acumula no passado como energia, força e inspiração contínua e permanente. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O poder do conhecer e a sabedoria do crer

Duas atitudes que recortam concepções do mundo e da vida distintas mas que, de algum modo, se implicam mutuamente. Hoje, apesar dos agnosticismos, dos ateismos e, sobretudo, de uma indiferença envergomhada ou fictícia, a ligagação entre estas duas atitudes e representações da realidade tornou-se na questão fundamental dos cientistas, dos filósofos e dos sábios. O poder de conhecer, de aprender, a sabedoria de ser e a força do crer constituem o verdadeiro poder mágico do ser humano na grande aventura de tornar-se mais humano que constitui o anseio mais fundo e dinâmico do seu querer, da sua vontade. Por isso, a educação do cidadão que etimologicamente significa ajudar a sair do seu próprio fundo e desenvolver-se em interação esteita e equilibrada com os contextos mais ou menos favoráveis que a vida proporciona até à sua otimização, constitui o afazer fundamental do ser humano. No cerne dessa intenção e dessa ação estão sem dúvida esses dois pilares ligados por esse luminoso e copulativo: o poder de conhecer e a sabedoria do crer que é também amar, respeitar, ser honesto para com a realidade, com os outros, com a vida, numa palavra,  com tudo aquilo que existe ou é possível de vir a existir.  Este é também o cântico de louvor e de prece que o ser humano com fé ou sem fé não poderá deixar de entoar e dirigir a toda essa beleza, maravilha que se revela e esconde em tudo o que existe ou é susceptível de poder vir a existir. Ser é o seu nome a que o homem pelos tempos fora foi dando outros nomes que, de certa fora, revelam e escondem Algo, Alguém que muitos também chamamos Deus e uns poucos reconhecem como Pai, como Amigo, em Jesus de Nazaré, o Cristo, o Deus com os homens. Tudo isto pode ser visto e condensado nesse luminoso e copulativo em que se ligam o poder de conhecer e a sabedoria do crer que exprimem e ocultam o verdadeiro poder mágico, demiúrgico do humano que lhe permite tornar-se mais humano até a sua plena realização. Mesmo nestes tempos, de enorme progresso científico e tecnológico, não podemos esquecer esta realidade que nos habita e que revela e oculta a verdadeira identidade do ser humano em evoução no tempo ha muitos milhares de anos. Olhar para a realidade, por este prisma, não poderá fazer-se através de uma lógica da representação que define, recorta, violenta, tapa mas da alêtheia que revela ocultando, na aliança dialógica do discurso da não violência, do respeito e da honestidade para com a realidade que, no momento em que se oferece, não se deixa algemar nas fronteiras do conhecer e exige a abertura misteriosa, sábia e livre do crer. Por aí se pode, pelo menos, vislumbrar a verdadeira identidade do homem na sua realidade mundana no tempo e no espaço como ser não acabado em desenvolvimento constante no seu no seu estar e devir como ação única e insubstituível  que o próprio poder de conhecer e aprender  efectiva e naturalmente desencadeia.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Marcadores de inovação

Desde sempre, nos mais variados domínios da actividade humana, foi importante identificar os principais marcadores de inovação. Em momentos de um certo deslumbramento artístico, científico, tecnológico, as pessoas e os povos tendem a ver coisas novas, inovação em tudo o que mexe e ficam embasbacados. Outras vezes, entram numa grande monotonia e, até, numa certa indiferença e depressão em que tudo está mais do que visto e se patina no mesmo ponto como se tratasse de um pneu atolado na lama ou de um disco estragado. A pergunta que se coloca normalmente é: como identificar os possíveis marcadores de inovação nos diferentes domínios da ação humana e como incentivá-los e otimizá-los? Esta questão remete-nos para o conhecimento e a aprendizagem. Ou seja, o que é conhecer e aprender que costitui a sua estrutura e ação fundadora? O que é que fazemos na ação de conhecer e a prender que provem do ser e de um certo estar no contexto de uma realidade mais ou menos alargada existente e possível ? Digamos, estas questões, colocam-nos a problemática da essência e natureza de conhecer e aprender bem como das suas margens ou limites. Em si mesma, a ação de conhecer e aprender é sempre um acontecer inefável, inovador e, de alguma forma, transformador, demiúrgico, mágico, criador. Na ação de conhecer que possibilita o próprio processo de aprender, tudo parece iniciar-se  na e através da intuição que ao nível do humano depois se desdobra nos mais variados e complexos raciocínios em que o sujeito cognosente, diante das mensagens que a realidade existente e possível, incluindo a do seu próprio mundo interior, lhe oferece, se une a ela, a  assimila, acomoda, equilibra, se lhe adapta e age, assumindo uma nova realidade objectiva e subjectiva que se desenvolve e otimiza indefinidmente na ação dialógica e dialética de uma aliança imanente e transcendente com outrem e com o outro mundanos e extramundanos. Sentir,  perceber e acolher este clique intuitivo que está subjacente a toda a ação científica, artística ou tecnológica é o princípio da invenção e da criação artística em que o poder mágico de conhecer e aprender assume toda a sua força e intencionalidade. Por isso, os marcadores de inovão, seja qual for o domínio em que nos situemos, terão de ancorar-se neste fundo em que efectivamente o humano devem mais humano em toda a sua intenção, extensão e profundidade. Esses marcadores decorrem da simplicidade, da espontaneidade, da originalidade e da sua concisão e justeza. Como me apraz repetir: tudo é complexo mas a compexidade é simples. O que é preciso é compreender e explicar  o quê, o porquê e o como dessa intuição criadora na  própria ação, inefável, demiúrgica,  mágica de conhecer e aprender que deverá servir de encorajamento e motivação a todos os que constroem conhecimento, científico, pedagógico, artístico ou filosófico e fazem a sua aplicação tecnológica e prática.
  

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Viagem ao fundo de cada coisa existente ou possível

Todos os dias, no enlevo do sono, "fazemos uma viagem a um mundo desconhecido", diria Teresa Paiva. Efectivamente, enquanto dormimos não sabemos nada por onde andamos e que mundos visitamos. O mesmo acontece em situações de coma e outros estados biopsíquicos em que, na verdade, não guardamos nada que posteriormente possamos lembrar e reproduzir. Na viagem ao fundo das coisas existentes e possíveis que a consciência e  o pensamento nos possibilitam realizar acontecem normalmente duas coisas: a primeira em que descemos os diferentes patamares molecular, atómico, subatómico, smplesmente energético com matéria ou antimatéria mais ou menos densa e pesada em espaço cada vez mais rarefeito e etéreo e a segunda em que nos defrontamos com a sensação repentina em que tudo escurece que embora não nos impeça de continuar a viagem, como no sono, não sabemos mais onde fomos e por onde andamos. Só sabemos que regressamos sempre ao nosso ponto de observação, ao estado de vigília com as mãos cheias de nada. Ou melhor um nada cheio de tudo que nos instiga constantemente a repartir, como no sono, para saciar a nossa fome existencial de requilíbrio físico, biológico, psíquico, cultural, humano. Na verdade, somos uma espécie de coisa que se alimenta do real, ainda que impossível de atingir, do imaginário e do simbólico, pois é isso que nos faz e institui como humanos e nos torna mais humanos. Por isso, precisamos de fazer todas estas viagens a mundos desconhecidos quer no estado de uma certa inconsciência ou consciência adormecida quer nas asas da consciência e do pesamento que, embora nos permitam experimentar e experienciar toda a magia do conhecer, do aprender, do querer e do amar que constitui o nosso grande poder e nos torna mais humanos, termina abruptamente nos braços de um mistério que, porventura, apenas se desvela velando-se na sua própria altura, fundura e abrangência transcedente em um crer que um dom infinita e eternamente gratuito abre e possibilita e que dura apenas no acto puro da sua gratuitidade. Por isso, nem o acordar nem o poder mágico de conhecer, aprender, querer, de pensar e amar o podem fazer voltar aos estados de vigília da consciências dos sujeitos, como no sono. Ficam, com certeza, também, registados no roteiro de viagens a mundos desconhecidos que como humanos que desejam ser, tornar-se mais humanos  não poderão deixar de realizar constantemente.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Como é dar a volta no fim do universo?!

Já fui a vários lands ends na Europa, América, África, Oceânia e depois são os mares e o firmamento. Normalmente dá-se a volta, faz-se inversão de marcha ou toma-se outro meio de transporte para poder ir mais além. Às vezes, também  é preciso fazer manobras quando o espaço é exíguo. No Sul do Chile, disse-se, por graça, que um camião para dar a volta tem que ir à Argentina! E no fim do Universo? Terá que se ir a outro lugar, a outro tempo? Há fim? Há fronteiras? Como são? Às vezes brinco comigo e parto nas asas do pensamento até ao fim do universo, mas será que há fim do universo? E se não houver, como é? Há outras terras, outros mares, há outras energias, forças,  outros meios espirituais para ir mais além?  Que além? Há outros universos? E no fim de todos esses universos como é? Será que no fim de cada coisa, de cada ação, de cada relação, de cada acontecimento há um fim ou, pelo contrários, não será que todos estes fins se ligam e abrem num sem fim?  Que sem fim? E quem está aí e continua para além desse fim dos fins? A experiência que nos fica é que a determinado momento a nossa imaginação, o nosso pensamento não conseguem ir mais além, nem mais fundo e tudo se apaga abruptamente. Será que é esse o lugar ou não lugar em que a mente, a consciência, a razão dão lugar a crença, à fé? Crença, fé em quê, em quem? Em algo, em alguém que evoluiu e continua a evoluir indefinidamente? Mas de onde vem e para onde vai esse evoluir espontâneo e constante? Trata-se de algo absoluto, relativo, finito, infinito? Sabemos que o universo se encontra em expansão. Para onde? Sabemos que os nosso sol se irá extinguir dentro de cinco milhões de anos. e outros sóis, estrelas, cometas, planetas já se extinguiram ou irão extinguir-se dentro uns milhões ou biliões de anos. O que fica e como fica depois? Mas estas questões que aqui alinhamos acerca do imensamente grande colocam-se também com a mesma acuidade em relação ao imensamente pequeno no que concerne às coisas, aos acontecimentos, às ações existentes e possíveis. Será que a resposta a estas interrogações terá que ser procurada na direção do imensamente inteligente? Que é ser imensamente inteligente?  Quem é esse imensamente inteligente e poderoso?  O Primeiro Motor?  A Suprema Ideia de Bem? O Ser Perfeito? O Infinito? O Supremo Arquiteto? O Ser? Deus? Um Deus da Razão? Um Deus Infinitamente Bom, Paciente e Misericordioso a que apenas a fé revelada, em Jesus Cristo, dá acesso?  Um Deus que é Pai de tudo e de todos, Criador? Para questionar todas estas interrogações, este era o livro que gostaria de escrever não apenas à luz desse poder mágico de conhecer e aprender que nos habita mas também através dessa abertura mística à fé que nos possibilita um outro poder, porventura, na fronteira do humano, crer e amar que nos permite simplesmente dizer: Abba Pater.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Descoberta sobre o conteúdo dos sonhos

Desde há muito, através, sobretudo, do estudo, investigação e experienciação nos domínios da Psicanálise e da Psicologia Profunda se conhece bastante sobre o conteúdo dos sonhos. Ultimamente, uma equipa de investigadores japoneses neurocientistas com o apoio de tecnologias informáticas avançadas deram um passo mais nesse conhecimento e compreensão. A experiência realizou-se no laboratório de Yukiyasu Kamitani, do Instituto Internacional de Pesquisas de Telecomunicações Avançadas (ATR) de Kioto. O Dr. Yuri Kamitani, coordenador do laboratório afirmou que "há muito tempo os humanos se interessam pelos sonhos e seus significados, mas até agora apenas a pessoa que sonha conhece o conteúdo do seu sonho". Talvez esta nova experiência permita conhecer melhor os seus conteúdos e a sua influência nas doenças psicológicas, momentos dramáticos da vida, etc. Estes cientistas obtiveram sinais do sonho de 3 pessoas e procuraram registar as imagens através de um dispositivo que as descodifica durante a fase onírica. Por sua vez, registaram repetidamente a actividade cerebral de 3 pessoas durante a fase do sonho. Na experimentação realizada, sempre que aparecia um sinal de ativividade onírica, era registado e a pessoa acordada para saber que imagem é que ela estava a ver no sonho. A experiência foi repetida 200 vezes por pessoa. Uma base de dados foi montada e a exploração da actividade mental feita por aparelhos de ressonância magnética, pois em 60 a 70% dos casos já se pode prever o sonho e estabelecer  a relação entre os sinais e as imagens. Yuri Kamitani afirmou ainda que os " resultados demonstram que a experiência visual durante o sonho é representada por padrões específicos de atividade cerebral, o que permite decifrar o conteúdo dos sonhos". Será necessário, a partir de agora, ampliar as bases de recolha de dados e tentar chegar a uma nível de predição mais elevado. De qualquer modo, o caminho está aberto e irá, com certeza, ser muito promissor para o estudo e compreensão da atividade onírica e tratamento de situações de uma forma mais objectiva, rigorosa e eficaz. Trata-se, por isso, de uma pesquisa muito interessante e que deve ser reconhecida e aproveitada no futuro, pois, ela poderá facilitar a reconstrução a posteriori através da sequência de imagens da narrativa do sonho, da lógica que lhe está subjacente e dos padrões de conhecimento, de afetos e volições concientes, subconscientes e inconscientes em que assenta. O coodenador e a equipa estão de parabéns.
(Tive acesso a esta notícia em 5/4/2013, pela comunicação social).