Desde sempre, nos mais variados domínios da actividade humana, foi importante identificar os principais marcadores de inovação. Em momentos de um certo deslumbramento artístico, científico, tecnológico, as pessoas e os povos tendem a ver coisas novas, inovação em tudo o que mexe e ficam embasbacados. Outras vezes, entram numa grande monotonia e, até, numa certa indiferença e depressão em que tudo está mais do que visto e se patina no mesmo ponto como se tratasse de um pneu atolado na lama ou de um disco estragado. A pergunta que se coloca normalmente é: como identificar os possíveis marcadores de inovação nos diferentes domínios da ação humana e como incentivá-los e otimizá-los? Esta questão remete-nos para o conhecimento e a aprendizagem. Ou seja, o que é conhecer e aprender que costitui a sua estrutura e ação fundadora? O que é que fazemos na ação de conhecer e a prender que provem do ser e de um certo estar no contexto de uma realidade mais ou menos alargada existente e possível ? Digamos, estas questões, colocam-nos a problemática da essência e natureza de conhecer e aprender bem como das suas margens ou limites. Em si mesma, a ação de conhecer e aprender é sempre um acontecer inefável, inovador e, de alguma forma, transformador, demiúrgico, mágico, criador. Na ação de conhecer que possibilita o próprio processo de aprender, tudo parece iniciar-se na e através da intuição que ao nível do humano depois se desdobra nos mais variados e complexos raciocínios em que o sujeito cognosente, diante das mensagens que a realidade existente e possível, incluindo a do seu próprio mundo interior, lhe oferece, se une a ela, a assimila, acomoda, equilibra, se lhe adapta e age, assumindo uma nova realidade objectiva e subjectiva que se desenvolve e otimiza indefinidmente na ação dialógica e dialética de uma aliança imanente e transcendente com outrem e com o outro mundanos e extramundanos. Sentir, perceber e acolher este clique intuitivo que está subjacente a toda a ação científica, artística ou tecnológica é o princípio da invenção e da criação artística em que o poder mágico de conhecer e aprender assume toda a sua força e intencionalidade. Por isso, os marcadores de inovão, seja qual for o domínio em que nos situemos, terão de ancorar-se neste fundo em que efectivamente o humano devem mais humano em toda a sua intenção, extensão e profundidade. Esses marcadores decorrem da simplicidade, da espontaneidade, da originalidade e da sua concisão e justeza. Como me apraz repetir: tudo é complexo mas a compexidade é simples. O que é preciso é compreender e explicar o quê, o porquê e o como dessa intuição criadora na própria ação, inefável, demiúrgica, mágica de conhecer e aprender que deverá servir de encorajamento e motivação a todos os que constroem conhecimento, científico, pedagógico, artístico ou filosófico e fazem a sua aplicação tecnológica e prática.
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