terça-feira, 4 de setembro de 2018

A aprendizagem do futuro

Na perspectiva do "conhecer e aprender como poder mágico", parece cada vez mais óbvio que a aprendizagem do futuro, na família, na escola, no trabalho, na rua e nas sociedades, em geral, irá fazer apelo a novas formas, dinâmicas e contextos em que o impacto das tecnologias da informação e da comunicação será muito relevante. Na declaração de Salamanca, 21 e 22 de maio de 2018, ficou bem vincada essa orientação relativamente à formação e à aprendizagem na universidade e na sociedade do futuro. Marcelo Rebelo de Sousa, com aquele faro que lhe é próprio di-lo de forma magistral: “Estamos a formar [pessoas] para um novo tempo e para um novo espaço, para um mundo em que a constante é o câmbio, a mudança e a antecipação”. E acrescenta: “Antecipação com novas redes, novos métodos, com capacidade de ver e planear a médio e longo prazo, com políticas públicas de consenso de regime, que não mudem com cada governo, com cada legislatura, com cada orçamento como horizonte de futuro". E concluiu: “Porque educar não é tarefa de um governo, de um político, de um partido, de um sindicato, de uma confederação patronal, nem sequer de um país só. Educar é um desafio universal, hoje.”
A declaração de Salamanca 2018 não traz nada de novo mas reconhece e procura consciencializar para uma realidade que é cada vez  mais óbvia e que está bem sintetizada nesta breve descrição que se pode ler num dos relatos do evento:  Potenciar o capital humano das universidades, fomentar alianças e o trabalho em rede entre diversas entidades e, por fim, abraçar a transformação digital e bem gerir o seu impacto na sociedade. São estas as três grandes linhas de orientação que ficaram cimentadas na Declaração de Salamanca, o documento final que reuniu as conclusões de dois dias de discussão e reflexão por parte de mais de 700 reitores acerca da universidade ibero-americana do século XXI. O IV Encontro de Reitores Universia 2018 terminou esta terça-feira no Palácio de Congressos de Castela e Leão e, depois da inauguração de Marcelo Rebelo de Sousa e do rei de Espanha, foi encerrada pelo presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. Foi precisamente com uma referência àquele que foi o primeiro tema em debate no congresso – “Formação e aprendizagem num mundo digital” – que o chefe do Executivo espanhol encerrou o IV encontro de Reitores. Depois de rasgados elogios à excelência da Universidade de Salamanca, que comemora este ano o seu oitocentécimo aniversário, e ao ensino superior espanhol, Mariano Rajoy afirmou: “As novas tecnologias e a digitalização já não são o futuro, são o presente” . Para mais informação, veja-se: https://www.dinheirovivo.pt/campus-santander-universidades-2018/galeria/declaracao-de-salamanca-define-o-caminho-para-a-universidade-do-seculo-xxi/ .


sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Ser e estar em Deus no tempo e no além-tempo

Aquilo em que eu acredito, alimenta a minha esperança e me dá uma grande serenidade e paz  é ser e estar no Deus de Jesus Cristo no tempo e no além-tempo. Será este o verdadeiro sentido da eternidade?

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A homeostasia como marcador de auto regulação física, biológica, psíquica e social

A homeostasia poderia, talvez, considerar-se como um grande marcador de auto-regulação  responsável pelo equilíbrio físico, biológico, psíquico e social do ser humano. Quando tudo está no seu lugar e funciona dentro da dinâmica que lhe é própria estamos diante do silêncio do corpo e do espírito que se reflete em saúde e bem-estar. Pensar e sentir esta realidade e dizê-la simplesmente é sabedoria que a ciência e a técnica não poderão desmentir mas reconhecer. Poderá mesmo ser um pouco desse poder mágico de conhecer e aprender que o homem não pode deixar de perseguir e ativar no decorrer da sua existência para ser feliz. Como fazê-lo? É o segredo de que todos andam à procura. Os cientistas poderão dar alguma ajuda mas, talvez, seja mais uma sabedoria de vida que os seres humanos terão de acolher serena e espontaneamente no mais fundo de si mesmos e ser honestos, livres e responsáveis diante da existência que se lhe apresenta em cada momento como simples dádiva. 

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Marcadores neurocerebrais e psíquicos do sono

Em 1974, num seminário sobre "Questions Approfondies de Psychologie Differencielle", na Faculdade de Psicologia da Universidade Católica de Lovaina, o Professor Jacques Schotte, responsável pela disciplina, psiquiatra e psicanalista internacionalmente bem conhecido à época e que tive a oportunidade de o ter como co-orientador da minha tese de doutoramento, costumava repetir que para dormir "era preciso deixar o estado de vigília e passar ao estado de monólogo". Esta frase ficou gravada na minha memória. Fui-a repetindo aos meus alunos nas aulas de psicologia e ainda hoje me faz pensar sempre que o tema do sono e mais propriamente da insónia se coloca.
Durante a orientação da tese de doutoramento de Ana Allen Gomes, assistente e professora auxiliar durante bastantes anos da Universidade de Aveiro e atualmente professora associada da Universidade de Coimbra, que após o seu doutoramento tem conduzido uma investigação muito consistente e rigorosa sobre o sono e, designadamente, sobre sono dos estudantes universitários e o seu sucesso académico, dava comigo a pensar nessa frase.
Hoje, não tenho muitas dúvidas de que os estudos neuro-cerebrais já identificaram determinados marcadores fisiológicos e psico-sociais mais ou menos responsáveis pelo sono, essa misteriosa "viagem que todos os dias fazemos a um mundo desconhecido",  como diria Teresa Paiva. Lembrando-me, porém, do meu Professor de Lovaina, continuo a pensar que efetivamente as pessoas para dormirem têm de deixar o "estado de vigília", de diálogo com o mundo exterior e interior e entrar no "estado de monólogo", desligando-se de tudo e deixando-nos cair serena e inteiramente nos "braços do Morfeu". Experimente e as suas insónias serão muito menos frequentes e intensas.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O mistério do coma e o coma "existencial"

O coma profundo de Mario Soares tem, certamente, dado que pensar a muita gente e não apenas a aquela pequena roda que o tem visitado e dado apoio à família Soares-Baroso, nestes últimos tempos.
O coma continua a ser uma situação misteriosa para a medicina e as neurociências. Mas não é sob o ponto vista do médico e do neurocientista, até porque não sou médico nem me considero neurocientista, que me proponho olhar, neste momento, para esta situação de coma. Faço-o à luz de uma outra abertura que designaria por coma "existencial". Na verdade, é muito difícil determinar a fronteira entre a consciência e a inconsciência. Temos conhecimento de alguns casos em que os sujeitos em estado de coma se encontravam completamente amarrados do ponto de vista físico e biológico sem capacidade de resposta a qualquer estímulo interno ou externo e que permaneciam conscientes ou semiconscientes a muito daquilo que acontecia à sua volta reconhecendo as vozes e o sentido das frases proferidas, como referimos num caso que consta numa das mensagem deste blogue. O coma "existencial" seria algo semelhante a uma certa paragem no tempo, um tempo de espera à entrada do além-tempo mas ainda reversível ou possível de poder voltar ao tempo normal mas sem qualquer reminiscência ou reconhecimento dessa paragem mais ou menos prolongada. Quando "apascento o rebanho dos meus pensamentos" e algum deles mais atrevido se afoita a vir ao exterior, costumo dizer: que até ao fim do tempo ainda é tempo, há tempo, "tempo de salvação", para os crentes,  de passagem para o novo tempo, para o além-tempo, em Deus, Pai, Filho e Espírito de Amor, o Deus Infinitamente Misericordioso, Tardo à Ira, Clemente e Bom, da revelação bíblica no seu sentido mais amoroso e fiel, belo e profundo.
Às vezes, pergunto-me porquê  a algumas pessoas lhe é concedida a oportunidade que é algo inteiramente gratuito, dádiva, graça, desta paragem no tempo antes de entrar no além tempo. Tudo isto é certamente misterioso mas nem por isso deixa de dar que pensar e fazer-nos pensar: que até ao fim do tempo ainda é tempo e há tempo, para fazer a travessia para o além-tempo nos braços da fé e da esperança não só para os crentes mas para todos os homens de boa vontade e de todos os tempos.

Post Scriptum:
Mário Soares partiu ontem às 15.28. A viagem de retorno não se verificou e passou para o além-tempo, onde, porventura, terá ainda mais liberdade do que aquela porque lutou tenaz e resilientemente para si e para os seus concidadãos ao nível nacional e internacional bem como a grande vontade de continuar a viver que sempre alimentou. Isto é válido para os crentes mas também para todos os homens de boa vontade e- no limite - para todos seres humanos que, além das suas convicções no tempo mais ou menos determinadas e persistentes, nunca fecham, na realidade, a janela da esperança a essa força maior de querer viver para sempre que Mário Soares, no seu sentido mais fundo e definitivo, também não poderia nem conseguiria negar. Até ao fim do tempo ainda é tempo e há sempre tempo para o essencial.    

N. B. - Esta mensagem continua em aberto, simplesmente, porque não pode ser fechada e terá de continuar a ser escrita. 

sábado, 24 de dezembro de 2016

sábado, 18 de junho de 2016

Marcadores de formação, inovação e pesquisa para a Universidade de hoje e do próximo decénio

Este projeto tem como base um estudo teórico sobre as conclusões mais recentes da pesquisa no ensino superior e, designadamente, sobre a Universidade do presente e do futuro e procura explicar e compreender onde se encontra a Universidade dos nossos dias e para onde pretende ir nos próximos 10 anos. Dar-se-á preferência aos modelos estruturais e procurar-se-á ver como os principais marcadores identificados, com incidência na formação, na inovação e na pesquisa interferem na determinação, dinâmica e evolução da estrutura da Universidade de hoje e de amanhã. Serão referidos apenas, de um modo muito sintético e condensado, os autores e os estudos mais relevantes de pesquisas que, do nosso ponto vista, mais se tenham distinguido em relação aos objetivos e às questões deste projeto evitando assim repetições inúteis. Daremos ainda uma atenção especial às conclusões mais inovadoras e consistentes em relação a aqueles marcadores que da análise, interpretação e discussão dos dados se revelarem mais determinantes nas mudanças efetuadas na estrutura e dinâmica da Universidade. Sustentamos, como hipótese de trabalho, que a importância e a configuração dos diferentes marcadores identificados serão distintas em relação à formação, inovação e pesquisa. Por isso, a nossa atenção centrar-se-á em cada um desses marcadores: as mentes, os afetos, a autonomia, as tecnologias/equipamentos, os métodos de trabalho/organização, os campi, os edifícios e o meio envolvente, os financiamentos, os comportamentos, a empregabilidade, democraticidade e a internacionalização.
Na fase de diagnóstico do projeto, através de entrevistas, questionários e, eventuais, cenários de Universidade, procuraremos identificar as principais tendências em cada um, no conjunto  ou em clusters que esses marcadores apresentam ou virão a apresentar na Universidade a fim de compreender melhor a sua estrutura e dinâmica no presente e no futuro.
Na fase de intervenção tentaremos actuar, através da informação, a reflexão e a discussão, sobre os próprios atores no sentido de alterar a sua ação e participação no interior e no exterior da Universidade. Esta intervenção poderá ser precedida da construção de cenários e a criação de grupos de reflexão para estudar e propor as melhores estratégias a seguir. 

Neste sentido solicitamos:
se é docente, investigador, bolseiro ou estudante universitário e quiser participar ativamente neste projeto preencha o mais objetivamente possível o questionário seguinte:

Obrigado


If you are a teacher, researcher, grant holder or university student and want to express your opinion about the University of today and the next decade, feel in as objectively as possible following questionnaire:


Thank you

Para mais informações:
http://josetavares.wix.com/josetavares