quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

A maioria absoluta que Marcelo ofereceu a Costa e que não desejava

 Aos meus olhos, o Presidente Marcelo ao dissolver o Parlamento queria continuar com Costa mas sem maioria absoluta. O que aconteceu depois foi a vitimização de Costa contra os seus parceiros de geringonça, o acenar com os fantasmas da vinda da direita do Chega que Rio não queria estancar, os cordões sanitários do CDS e a IL em relação ao Chega que impediam a expansão do PSD para a direita e extrema direita e a ausência de cordões sanitários do PS em relação à esquerda e extrema esquerda. Acho que foram estes os ingredientes que encontraram eco num eleitorado adormecido pelo regime e dependente de reformas e subsídios de subsistência que não queria arriscar. Este é um estado de coisas que tende a manter-se e que interessa sobretudo ao PS. A mudança terá que ser preparada por uma coligação à direita sem cordões sanitários com base num programa dinamizador, realista, consistente e bem fundamentado construído em diálogo frontal, leal e aberto a todas as forças políticas à direita do PS. Mas não poderá haver meias tintas nem manipulações de nenhum partido, nem do PSD que, neste momento, é de longe a força mais representativa. Nas eleições de 30/01/2022, acho que esteve eminente uma viragem no eleitorado mas Rui Rio tinha ficado manietado pela sua própria campanha interna para a reeleição e pelas orientações do Congresso. Costa aproveitou-se disso forçando-o a manter cordões sanitários à direita e extrema direita enquanto para si deixou o terreno completamente livre à esquerda e extrema esquerda. Sem um estudo e reflexão profundos do que aconteceu não valerá a pena mudar de líderes nem desenvolver estratégias desgarradas de oposição a um PS com maioria absoluta que se não fizer muitas ondas não precisará de ninguém nem mesmo do Presidente da República durante os próximos 4 anos. O país é que irá seguramente continuar adiado para melhores dias e com outros protagonistas. Oxalá, não seja de demasiado tarde para os Portugueses porque para os Deuses é sempre demasiado cedo.     

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