domingo, 10 de março de 2013

Vai e vem de um eco opinativo que acabava por revelar um enorme círculo de superficialidade

Ao nível da comunicação social e, até, científica e cultural está-se em presença de um vai e vem de um eco opinativo cujo resultado é, de certa forma um enorme e repetitivo círculo de superficialidade, inconsistência e, porventura, muita irresponsabilidade. Vejamos mais de perto a realidade a que nos estamos a referir directamente. A ponta do iceberberg é, sem dúvida, a comunicação social. As tiradas jornalísticas, o comentário, sobretudo o de recorte político e sindical. Um discurso que inunda a opinião pública que, por sua vez, na sua grande maioria, devolve o eco dessa mesma opinião e tende a vazar para as ruas e para as redes sociais que, por sua vez, o vazam num contexto menos estruturado, difuso e, porventura, mais instável e perigoso para a tranquilidade e segurança das sociedades e organizações. Começa a ser um caldo preocupante que as sociedades em crise económica, financeira e social agudizan e avolumam. Mas este círculo de um eco opinativo e contagiante não se restringe ao mundo complexo e difuso da comunicação. A própria pesquisa científica e inovação se resentem e, de alguma forma, repetem esse eco que tende a reproduzir-se indefinidamente e das mais variadas formas, não apenas na produção de cada um dos autores mas também na comunidade científica, em geral. Trata-se não apenas de uma constatação simples e óbvia mas também de uma preocupação que encontra cada vez mais acolhimento sobretudo das pessoas mais atentas e esclarecidas. Urge dar a volta a esta situação embora uma resposta adequada e eficaz ainda não esteja devidamente consciencializada, reflectida e operacionalizada para a sua concretização. Também aqui se requer uma verdadeira magia do poder de conhecer e aprender a que os humanos têm naturalmente acesso. Mas este poder mágico de conhecer e aprender não poderá ser o poder do sofista ou do "aldrabão" dos nossos tempos mas o do sábio e do filósofo na sua tradição mais límpida e despojada.

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